A tese central da obra Homo Ludens é a de que o jogo é uma realidade originária, corresponde a
uma das noções mais primitivas e profundamente enraizadas em toda a realidade humana, sendo
do jogo que nasce a cultura, sob a forma de ritual e de sagrado, de linguagem e poesia,
permanecendo subjacente em todas as artes de expressão e competição, inclusive nas artes do
pensamento e do discurso, bem como na do tribunal judicial, na acusação e na defesa polêmica,
portanto, também na do combate e na da guerra em geral.
O jogo e sua noção, segundo a contribuição de Huizinga no livro acima indicado, é mais
primitivo do que a cultura, pois faz parte daquelas coisas em comum que o homem partilha com
os animais.
O autor nos leva a questionar se o jogo é sério; embora nos leve a rir, o jogo, contudo, pode
possuir um aspecto de seriedade e não corresponde exatamente ao riso. De certo modo, pode ser
visto como um tipo moderado de “loucura”. O cômico também pode ser entendido como uma
espécie de “loucura”, porque nele se corta o nexo do comum, do tempo do cotidiano. Mas tanto o
cômico como o jogo e o lúdico não são apenas “loucura”, e podem estar muito bem situados entre
as atividades regradas e corretas que participam da sensatez.
Nenhum comentário:
Postar um comentário